Como é seu parceiro ideal? Qual o
tipo de homem que você procura? Essas perguntas ressoam por aí. Desde o bate
papo entre amigas, não importa a idade; até as entrevistas dos “caderno de
comportamento” da mídia escrita. Afinal, se ainda não encontrei o “amor de
minha vida”, “minha cara metade” tento me convencer que estou procurando. E que
sei muito bem o que estou procurando.
Sabemos que há uma enorme diferença
entre querer e desejar. Algumas coisas são colocadas no campo do querer, outras
no campo do desejo. Quando dizemos: Eu quero um namorado. Estamos conscientes
desse “querer”. Sentimos necessidade de ter alguém e por isso vamos à luta para
encontrá-lo. Neste campo do querer – da consciência ou do “eu” -, dispomos de
uma lista enorme de qualidades que queremos encontrar num parceiro.
“Eu quero” um homem gentil e
engraçado. Alguém que me faça rir, um parceiro de festas. “Eu quero” um homem
que seja independente financeiramente. Que não dependa de mim, nem dos pais
para pagar suas contas. “Eu quero” um homem que goste de animais. Ou ao menos,
que respeite minha luta na defesa dos animais. “Eu quero” alguém que não
trabalhe o tempo todo. Que tenha tempo para curtir a vida. Essas são algumas
das “qualidades” do homem ideal para a maioria das mulheres.
Mas o amor não está no campo do
querer. Ele é da ordem do desejo, que é inconsciente e, portanto, contingente.
Eu não encontro o amor da minha vida porque “quero” encontrar. Assim como encontro
o vestido para formatura, ou para as festas de final de ano. O homem que vai
mexer com a minha libido e com as minhas fantasias mais primaria, aparece de
repente. E pode ter, ou não, algumas daquelas características do homem ideal
que eu costumava relacionar.
Sim, ele é o homem ideal. Mas de uma
idealidade que desconheço totalmente. Ele tem traços de uma idealidade que
geralmente não confesso nem para mim mesma. Por isso, o amor é uma incógnita.
Por esse motivo, os poetas podem dizer: O amor tem razões que a própria razão
desconhece.