domingo, 24 de abril de 2011

A arte da convivência com o outro



Elas são jovens, bonitas, inteligente, articuladas profissionalmente; mas fracassadas no amor. A cada dia é mais fácil encontrar mulheres dentro desse estereótipo. E o que é mais difícil de compreender, elas dão pouquíssimo valor a tantas características positivas, já que a frustração amorosa tende a coibir o sentimento prazeroso do sucesso.

Algumas até tem consciência que no campo profissional se saem muito bem. Mas essa consciência não é o suficiente para produzir bem estar emocional. O sentimento de solidão turva a imagem narcísica. Queixam-se dos insucessos afetivos, das relações fracassadas e dos desencontros amorosos.

Vivem cheias de medo. Medo da solidão. Medo de passar a época “ideal” de ter filhos. Medo de sair sozinha para se divertir. Medo de ficar sozinha para sempre. Medos que, como todos os medos, criam ansiedades, inibições e geram comportamentos defensivos.

Tornam-se mulheres magoadas, irritadas e frustradas com a vida. Esquecem que se relacionar é dar e receber ao mesmo tempo, é abrir-se para o novo, é aceitar e fazer-se aceito, buscar ser entendido e entender o outro. Quem, realmente, quer dividir a vida com outra pessoa precisa aprender a diminuir a carga imaginária dos medos.

Precisa aprender a correr os riscos da relação afetiva e a conhecer os seus limites para poder lidar com os limites do outro. Precisa aprender a gostar de dividir o seu espaço com outro e a escutar sem fazer julgamentos precipitados. Pois, a compreensão do outro inclui saber reconhecer e determinar as diferenças que existem naturalmente entre as pessoas, incluindo as experiências pessoais. E, finalmente, precisa ter consciência que se amor é um sentimento gratuito, a vivência amorosa exige um grande investimento emocional.

sábado, 23 de abril de 2011

FELIZ PASCOA



"Ou aparecerá um novo homem, um cidadão do mundo, ou a humanidade estará ameaçada. Devemos estabelecer a paz entre nós para salvagadar o mundo e a paz com o mundo para nos salvar."

terça-feira, 19 de abril de 2011

Erotomania: quando o amor incomoda.


Imagine que você não consiga pensar em nada que não tenha relação com determinada pessoa. Seu desejo e desespero são tão intensos que se aproximam da dor física. A ausência do ser amado o conduz a escrever dezenas de mensagens e a ligar para o seu número várias vezes ao dia. Por vezes, sentindo que está abandonado ou que ninguém dá atenção à sua dor, é compreensível que surjam ódio e planos de vingança. Em princípio, isso pode parecer apenas sinal de um comportamento irracional demonstrado por uma pessoa apaixonada que não é correspondida. Algo que, de acordo com senso comum, vai passar com o tempo. Mas, e se esses sentimentos e comportamentos persistirem? E se as tentativas de participar da vida do ser amado se tornar cada vez mais exageradas e agressivas?

O fenômeno da perseguição excessiva ganhou atenção da mídia nos últimos anos, devido ao fim trágico de vários casos. Psicólogos, psiquiatras e psicanalistas, porém, conhecem essa ameaça há mais tempo. Nos primeiros anos do século XX, Freud já escrevia sobre esse tema e o circunscrevia dentro de um caso de psicose paranóica: O caso Schreber. Nos anos 80, a erotomania foi classificada como distúrbio psíquico pela psiquiatria. No “delírio erotomaníaco” parte-se do princípio de que se é amado pela outra pessoa, mesmo que não haja nenhum motivo que leve a essa conclusão.

O esforço incessante de entrar em contato com alguém é considerado uma das principais características da erotomania. Mesmo diante da rejeição explícita, a pessoa insiste na aproximação: seja por telefone, bilhetes, e-mail ou diretamente. Alguns enviam presentes ou objetos bizarros, às vezes assustadores, como colagens de fotos com caveiras no lugar dos rostos. Alguns se tornam agressivos, podendo voltar-se violentamente contra a vítima, seus parentes próximos ou conhecidos ou mesmo seu animal de estimação.

Quem está mergulhado no delírio erotomaníaco sofre pelas exigências irracionais que esse processo produz. Nada pode satisfazer uma demanda delirante de amor. Por outro lado, quem se torna objeto desse delírio tem sua vida suspensa, amputada pelo horror das constantes ameaças. Na maioria das vezes, é obrigada a lidar com seu torturador no dia a dia. Se o telefone toca, pensa automaticamente que pode ser o perseguidor. Nessa atmosfera de medo e perplexidade, esquece o que é ter uma vida normal.

terça-feira, 12 de abril de 2011

CONVITE


Caros amigos,

Nesta sexta-feira (15 de abril) tocarei no Teatro Pedro Ivo em Florianópolis às 21h. Será a abertura da temporada 2011 da Pró-Música, com um programa dedicado ao Romantismo (200 anos de Chopin, Schumann e Liszt). De Chopin, a Balada nº1 e o Scherzo nº3; de Schumann, Intermezzo (do Carnaval de Viena), Aufschwung (de Fantasiestücke) e Arabesque; de Liszt, Benediction de Dieu dans la Solitude e Valsa Mefisto.

Um abraço,

Alberto



domingo, 10 de abril de 2011

O erotismo passa pela fantasia.


A maioria dos homens inicia a vida sexual com ejaculação precoce. Isso não é estranho nem problemático, pois a combinação de um desejo intenso com a pouca experiência antecipam a ejaculação por simples ansiedade. Por sorte dos garotos, nessa fase de grande potência, a quantidade compensa com vantagens a pouca qualidade do ato.


Muito tempo antes da primeira relação sexual, o jovem já dispõe de uma complexa rede de fantasias eróticas que serão utilizadas ao longo de sua vida, e que serão importantes para o seu desempenho sexual. Essas fantasias têm uma estrutura universal, mas são diferentes em cada ser humano. Todo homem inventa uma fantasia masturbatória, uma cena própria para gozar. Essa trama vai sendo criada a partir de vários fragmentos das experiências marcantes que ele viveu desde o início de sua vida. “Funciona como o segredo de um cofre onde se guarda, cuidadosamente, a chave do gozo.”

Muitos homens jamais revelam o conteúdo de suas fantasias, outros necessitam contar a parceira para que ela possa ocupar um papel na cena erótica. Nesse último caso, as coisas podem se complicar. Algumas vezes, a mulher não lida bem com as suas próprias fantasias (sim, mulheres também têm fantasias eróticas), e ter que vivenciar a fantasia do outro pode ser muito difícil para ela. Outras vezes, o desacordo pode ser referente ao papel que cada um deve ocupar na cena erótica. Por exemplo, se a mulher ocupa um papel passivo nas suas próprias fantasias – aquela que vai ser arrebatada por um herói - ela pode não sentir-se excitada por um papel ativo que o marido deseje que ela ocupe. Por fim, o caso mais complicado é quando se necessita de um terceiro para montar a cena erótica. Nesse caso, o sacrifício pode ser muito grande, já que cai por terra, do lado feminino, o véu romântico que encobre o ato sexual.

Maria Holthausen


quarta-feira, 6 de abril de 2011

Da Vergonha a Culpa


Diz o filósofo inglês Bernard Williams que a vergonha está ligada à visão: a pessoa sente-se envergonhada quando alguém a vê fazendo algo vergonhoso ou numa postura vergonhosa; por isso a pessoa envergonhada quer sumir, desaparecer, entrar chão adentro. A culpa está ligada a uma peculiar forma de audição: a audição da implacável voz interior, que acompanha o culpado ainda que ele se enfie em qualquer buraco.

A vergonha ocorre, em geral, de forma imediata, aguda, visível: a pessoa fica vermelha, sua expressão facial se altera. Portanto na vergonha o componente emocional pode ser intenso. Já a culpa se instala mais lentamente, cronicamente; o componente emocional, quando existe, não é facilmente perceptível. A vergonha exige providências; depois de comer o fruto proibido, Adão e Eva, constatando que estão nus (já estavam nus antes, mas a nudez tornou-se instantaneamente vergonhosa), correm a cobrir "as vergonhas" com folhas. Também é um exemplo a história da mulher que, a bordo de um avião da American Air-lines, tentou disfarçar o odor de seus malcheirosos flatos acendendo fósforos, o que é proibido e levou a um pouso de emergência. Esta senhora poderia fazer de conta que nada tinha a ver com o cheiro dos gases; mas a vergonha obriga a pessoa a se acusar, a tomar providências.

A culpa nem sempre motiva uma ação; a pessoa pode se sentir culpada durante décadas e nada fazer a respeito, mesmo porque, como veremos, a culpa pode ser inconsciente e neste caso a pessoa nem sabe o que fazer. A vergonha é uma resposta à avaliação alheia, ao passo que a culpa resulta de uma avaliação interna, equivocada ou não; privilegia, por tanto, a autonomia individual. A culpa não precisa de audiência, de público; a vergonha ocorre mediante a desaprovação ou o deboche de outros.

Fragmento do livro Enigmas da Culpa, de Moacyr Scliar


segunda-feira, 4 de abril de 2011

AMOR OU AMIZADE? OS DOIS....


Encontrei esse texto na Internet. Segundo o site, é de Martha Medeiros. Como não conheço tudo o que essa autora publicou, não posso afirmar que, realmente, seja um texto dela. Mas, achei o texto ótimo, e por isso resolvi postar para dividir com vocês.

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No finalzinho da entrevista que Pedro Bial deu à Marília Gabriela, quando foi questionado sobre relacionamentos, ele deu uma lição que serve para todo mundo: trate seu amor como você trata seu melhor amigo. Sei que isso parece falta de romantismo, mas é o conselho mais certeiro. 
Não era você que estava a fim de uma relação serena e plenamente satisfatória? Taí o caminho. Vamos tentar elucidar como isso se dá na prática. Comecemos pelo exemplo que o próprio Bial deu: você foi convidado para o casamento de uma prima distante que mora onde Judas perdeu as botas, você tem que ir porque ela chamou você pra padrinho. Como é que os casais costumam combinar isso?

"Não tem como escapar, você vai comigo e pronto". Ou seja, um põe o outro no programa de índio e nem quer saber de conversa. É assim que você convidaria seu melhor amigo? Não. Você diria: "Putz, tenho uma roubada pela frente que você não imagina. Me dá uma força, vem comigo, ao menos a gente dá umas risadas...".



Ficou bem mais simpático, não ficou? Como esta, tem milhões de situações chatas que você pode aliviar, apenas moderando o tom das palavras.

Pro seu marido: "Você nunca repara em mim, não deu pra notar que cortei o cabelo? Será que sou invisível?" Mas pra sua melhor amiga: "Ai, pelo visto meu cabelo ficou medonho e você está me poupando, né? Pode dizer a verdade, eu agüento".



Pra sua mulher: "Você já se deu conta da podridão que está este sofá? Não dá pra ver que está na hora de trocar o tecido?" Mas pra sua melhor amiga: "Deixa a pizza por minha conta, eu pago, assim você economiza pra lavar o sofá. A não ser que este seja um novo estilo de decoração..."



Risos + risos+ risos.

Maneire. Trate seu amor como todas as pessoas que você adora e que não são seus parentes. Trate com o mesmo humor que você trata seu melhor amigo, sua melhor amiga. Até porque, caso você não tenha percebido, é exatamente isso que eles são.