quinta-feira, 26 de novembro de 2009

CONVITE



Dia: 12 de Dezembro - sábado
Horário: 18H00
Local: Café Cultura
Endereço: Praça XV de Novembro - Centro - Florianópolis-SC


clarissa alcântara – clóvis domingo
 matheus silva – nicolas corres


Quatro performers instauram individualmente o processo de invenção de suas histórias pessoais, subtraindo sua experiência única da multiplicidade a ser constituída.

Convite aberto a todos.

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terça-feira, 24 de novembro de 2009

Quando a aposentadoria chegar eu serei ....



Passamos grande parte da vida profissional acreditando que, quando a aposentadoria chegar, finalmente seremos livres e felizes. Mas, nem sempre a aposentadoria é sinônimo de felicidade. Na verdade, pelas histórias que me contam, acredito que para poucas pessoas a vida de aposentado é uma vida feliz ou prazerosa.




Rubem Alves conta uma historinha bastante interessante sobre essa ilusão que carregamos pela vida adulta:

Desde muitos séculos, São Jorge fora um habitante da Lua. Romântica quando vista da Terra, a Lua era a arena de uma batalha diária entre o Santo Guerreiro e o Dragão da Maldade. Todas as manhãs, ao acordar, São Jorge sabia: havia uma missão que só ele podia cumprir.



Era esse sentimento quase religioso de missão e de dever que dava sentido à sua vida. Bem que ele poderia ter matado o Dragão séculos antes. Mas ele sabia que se matasse o Dragão sua vida se transformaria num tédio sem fim: nada para fazer, nenhuma missão a cumprir. Sua máxima espiritual era “Pugno, ergo sum”: luto, logo existo. São as batalhas que dão sentido à vida.




Aconteceu, entretanto, algo de que ninguém suspeitava. O Dragão era, na verdade, uma linda donzela que uma bruxa invejosa havia enfeitiçado e mandado para a Lua. Mas como todo feitiço tem um prazo de validade, chegou também o dia em que a validade do feitiço chegou ao fim e se desfez: o horrendo Dragão foi transformado numa linda donzela.




São Jorge, que tudo ignorava, acordou na manhã daquele dia como acordava todos os dias, determinado a cumprir o seu destino que era dar combate ao Dragão. Com lança, armadura e espada saiu o guerreiro em seu cavalo. Mas qual não foi o seu susto quando, em vez de um Dragão, o que o esperava era um ser que lhe era totalmente estranho: uma linda donzela.




E a donzela com suas vestes entreabertas o recebeu com palavras de amor e prazer: “Venha, Jorginho, provar do meu carinho e do mel dos meus beijos...”




São Jorge ficou paralisado de susto e medo. Não sabia o que fazer. Essa entidade estranha não estava registrada em sua memória. Não lhe fora ensinada na escola. Fora educado a vida inteira para a batalha. Era a batalha que dava sentido à sua vida. E agora ele se defrontava com a possibilidade de simplesmente gozar sem nada fazer...




São Jorge nem desceu do seu cavalo. Voltou para onde viera triste e deprimido, com saudades dos tempos do Dragão. O Dragão dava sentido à sua vida. Ele definia a sua identidade: ele era um guerreiro... Agora, perdida sua identidade, perdeu-se também o sentido de sua vida.




Não lhe fora ensinada na escola a arte do prazer, de não ter deveres a cumprir. Sua vida tornou-se então, um grande vazio. Quanto à linda donzela, apesar de linda, não foi apreciada. São Jorge olhava-a com aquela sensação saudosista dos tempos do Dragão.

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segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Gravidez



Onde foi parar o bom senso?



Mulheres grávidas com depressão não deveriam tomar antidepressivos. Esse tipo de medicação pode prejudicar a formação do bebê.

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segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Meus hábitos me produzem




Não se arrancam assim, de um dia para o outro, as pessoas de seus hábitos mentais.

Jacques Lacan


quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Discurso Facista, Ação Facista



A partir da entrevista do representante da Uniban, sobre o recuo da Universidade na punição da aluna responsável pelo tumulto, começo a compreender a lógica daquela violência.


O autoritarismo do discurso, a empáfia para falar da mudança de perspectiva, a falta de humildade para reconhecer os erros marcaram o tom do discurso do diretor (professor ?).

Mergulhados nesse tipo de discurso - autoritário e arrogante -, os alunos que encabeçaram a violência contra a colega, sabiam, mesmo sem ter consciência, que estavam respaldados pela ideologia que impera naquele ambiente.

Soube, pela mídia, que a Universidade vai promover palestras com os alunos para discutir os atos de violência e confronto. Torço para que o grupo de professores, responsável pela transmissão da ideologia dominante na instituição, tome consciência dos efeitos de seu discurso na vida dos jovens alunos.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Poetas




Uma ocasião,
meu pai pintou a casa toda
de alaranjado brilhante.

Por muito tempo moramos numa casa,
como ele mesmo dizia,
constantemente amanhecendo.

Adélia Prado

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Renúncia Feminina


A renúncia feminina consiste em se satisfazer por procuração, nas realizações, nos sucessos ou nos valores de um homem.

Este modo de satisfação não pode ser interpretado como sacrifício, muito pelo contrário. A renúncia feminina repousa sobre uma identificação narcisista com o objeto amado.

Identificada com a imagem de sucesso do homem que ama, a mulher se satisfaz em ser a esposa de ....
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quarta-feira, 4 de novembro de 2009

De onde


Recolhi esse texto no blog de Saramago. Nele o escritor português desenvolve um belo perfil de um homem – ou porque não, de uma mulher - de vida pública. O perfil ético e político do indivíduo público, descrito por Saramago, tendo por base a figura de Barack Obama, é um parâmetro universal que deve ser lembrado todas as vezes que vamos às urnas.
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Donde?

Donde saiu este homem? Não peço que me digam onde nasceu, quem foram os seus pais, que estudos fez, que projecto de vida desenhou para si e para a sua família. Tudo isso mais ou menos o sabemos, tenho aí a sua autobiografia, livro sério e sincero, além de inteligentemente escrito. Quando pergunto donde saiu Barack Obama estou a manifestar a minha perplexidade por este tempo que vivemos, cínico, desesperançado, sombrio, terrível em mil dos seus aspectos, ter gerado uma pessoa (é um homem, podia ser uma mulher) que levanta a voz para falar de valores, de responsabilidade pessoal e colectiva, de respeito pelo trabalho, também pela memória daqueles que nos antecederam na vida. Estes conceitos que alguma vez foram o cimento da melhor convivência humana sofreram por muito tempo o desprezo dos poderosos, esses mesmos que, a partir de hoje (tenham-no por certo), vão vestir à pressa o novo figurino e clamar em todos os tons: “Eu também, eu também.” Barack Obama, no seu discurso, deu-nos razões (as razões) para que não nos deixemos enganar. O mundo pode ser melhor do que isto a que parecemos ter sido condenados. No fundo, o que Obama nos veio dizer é que outro mundo é possível. Muitos de nós já o vinhamos dizendo há muito. Talvez a ocasião seja boa para que tentemos pôr-nos de acordo sobre o modo e a maneira. Para começar.