terça-feira, 26 de janeiro de 2010

O desejo de ser Mãe



Para muitas mulheres, a primeira gravidez é uma enorme felicidade. O filho, por tanto tempo esperado, programado e desejado, enfim, começa a se tornar realidade. Com o resultado positivo na mão, a futura mamãe corre para o ginecologista para os primeiros cuidados. Provavelmente a gravidez será tranquila. Poucos medos surgirão durante o percurso da gestação. Embora, acredito, toda gravidez tem seus fantasmas. Nenhuma mulher assume o papel de mãe sem algumas dúvidas




No entanto, para outras mulheres, a primeira gravidez é uma surpresa. Muitas vezes, a notícia da gravidez é quase um pesadelo. A criança não era esperada para aquele momento. A gravidez aconteceu por um descuido.



Esse filho que chega de surpresa impõe grandes transformações na vida da mulher. É difícil, principalmente quando se é jovem, enfrentar as recriminações da família, dos amigos e, às vezes, até mesmo, do pai da criança. São momentos de solidão, de muitas dúvidas e medos que a jovem mãe tem que atravessar quase sozinha.



Os fantasmas - sonhos angustiantes - proliferam nesse período, provocando uma gravidez difícil e cheia de problemas: enjôos, gastrites, sonolências, dores nas costas, inchaço, mudança da pressão arterial, etc, etc.



Felizmente, para algumas, depois que passa o impacto da notícia, a família se reúne em torno da futura mamãe com carinho e apoio. Escutam os seus medos, e lhe dão a base afetiva tão importante nesse momento. Às vezes, até mesmo, procuram a ajuda de um profissional da área da psicologia para que a jovem mãe possa reorganizar sua vida e elaborar suas angustias mais profundas.



Mas, para muitas jovens, a gravidez é um período profundamente solitário e cheio de medos. Sem a compreensão da família, e sem o apoio do pai da criança, essas mulheres lutam bravamente com o desejo de ser mãe.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Segredos Femininos




“Eu creio no poder da mudança consciente, sem loucuras. Aquela mudança que o nosso corpo, a nossa alma, o nosso Eu clama por ela.



Que sejamos corajosas!”


Lya luft


Mês passado participei de um evento sobre o Dia da Mulher.



Era um bate-papo com uma platéia composta de umas 250 mulheres de todas as raças, credos e idades.

E por falar em idade, lá pelas tantas, fui questionada sobre a minha e, como não me envergonho dela, respondi.
Foi um momento inesquecível...
A platéia inteira fez um 'oooohh' de descrédito.
Aí fiquei pensando: 'pô, estou neste auditório há quase uma hora exibindo minha inteligência, e a única coisa que provocou uma reação calorosa da mulherada foi o fato de eu não aparentar a idade que tenho? Onde é que nós estamos?'


Onde não sei, mas estamos correndo atrás de algo caquético chamado 'juventude eterna'. Estão todos em busca da reversão do tempo.


Acho ótimo, porque decrepitude também não é meu sonho de consumo, mas cirurgias estéticas não dão conta desse assunto sozinhas.


Há um outro truque que faz com que continuemos a ser chamadas de senhoritas mesmo em idade avançada.


A fonte da juventude chama-se "mudança".


De fato, quem é escravo da repetição está condenado a virar cadáver antes da hora.

A única maneira de ser idoso sem envelhecer é não se opor a novos comportamentos, é ter disposição para guinadas.
Eu pretendo morrer jovem aos 120 anos.
Mudança, o que vem a ser tal coisa?
Minha mãe recentemente mudou do apartamento enorme em que morou a vida toda para um bem menorzinho.
Teve que vender e doar mais da metade dos móveis e tranqueiras, que havia guardado e, mesmo tendo feito isso com certa dor, ao conquistar uma vida mais compacta e simplificada, rejuvenesceu.
Uma amiga casada há 38 anos cansou das galinhagens do marido e o mandou passear, sem temer ficar sozinha aos 65 anos.
Rejuvenesceu.

Uma outra cansou da pauleira urbana e trocou um baita emprego por um não tão bom, só que em Florianópolis, onde ela vai à praia sempre que tem sol.


Rejuvenesceu.


Toda mudança cobra um alto preço emocional.

Antes de se tomar uma decisão difícil, e durante a tomada, chora-se muito, os questionamentos são inúmeros, a vida se desestabiliza.
Mas então chega o depois, a coisa feita, e aí a recompensa fica escancarada na face.

Mudanças fazem milagres por nossos olhos, e é no olhar que se percebe a tal juventude eterna.

Um olhar opaco pode ser puxado e repuxado por um cirurgião a ponto de as rugas sumirem, só que continuará opaco porque não existe plástica que resgate seu brilho.
Quem dá brilho ao olhar é a vida que a gente optou por levar.
Olhe-se no espelho...


Lya Luft

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Sem Saber




Macho e (misógino): O macho adora a feminilidade e deseja dominar o que adora. Exaltando a feminilidade arquetípica da mulher dominada ( sua maternidade, sua fecundidade, sua fragilidade, seu caráter caseiro, seu sentimentalismo, etc.), ele exalta sua própria virilidade. Em compensação, o misógino tem horror da feminilidade, foge das mulheres excessivamente mulheres. O ideal do macho: a família. O ideal do misógino: ser solteiro com muitas amantes; ou: casado com uma mulher amada sem filhos.

Milan Kundera



terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Habilidosas



Ainda com menos escolaridade e com renda inferior à do homem, a mulher brasileira vem, cada vez mais, criando negócios. Se antes esse empreendedorismo era gerado pela necessidade financeira, hoje é, na maioria das vezes, por vislumbrar novas oportunidades de mercado.


Isso significa que as mulheres estão transformando ideias em negócios, e não apenas improvisando uma atividade para sair da dependência financeira.

Estudiosos e pesquisadores de mercado apontam, nessa empreendedora atual, duas importantes contribuição social.

Em primeiro lugar, ao se lançar no mercado por oportunidade, e não por necessidade, a empresária se preocupa mais com a gestão e com a continuidade da empresa, e contribui de forma mais eficiente no segmento de mercado em que atua.

Em segundo lugar, a ascensão financeira da mulher muda o perfil dos gastos e investimentos da família. Ao adquirir mais independência econômica, ela faz as crianças entrarem na escola mais cedo e estudarem por mais tempo, gasta mais com saúde e bens duráveis.

Ou seja, com muito trabalho e competência - sem mistérios, magias ou seduções - as mulheres vão abrindo espaço na vida pública.