terça-feira, 25 de maio de 2010

Das Transgressões



Não basta recusar a Legião de Honra.

O essencial é não merecê-la.

Érik Satie

sexta-feira, 21 de maio de 2010

FATAL - ELEGY



Amar pede coragem, resistência e seriedade. É o que nos revela à bela Consuela, interpretada por Penélope Cruz, no filme Fatal.



É justo afirmar que um bom filme pode começar com um bom texto, embora texto e cena sejam dois “domínios incomensuráveis”.


Mas quando o filme se baseia na adaptação de um texto literário de ótima qualidade, como é o caso do romance, O animal agonizante, do escritor americano Philip Roth, a cinematografia ganha relevância, podendo ser o começo de um grande sucesso ou o início de um enorme fracasso, dependendo da sua recriação.

A recente adaptação desse romance de Rorth para o cinema resultou num filme bem-resolvido, do texto à imagem. A espanhola Isabel Coixet, diretora do filme, conseguiu captar em suas lentes não apenas a beleza de Consuela e a angústia cética, egoísta e apaixonada do professor Kepesh como também a complexidade das relações humanas, tão bem sintetizadas no livro.

O que me chama atenção no filme é essa complexa condição humana atravessada pelas forças de Eros e Thanatos.

Sob o domínio de Eros, representado pela personagem da aluna apaixonada pelo professor, predomina a experiência do desejo, do sonho, da paixão, da resistência e da coragem. Afetada pela grande atração de Eros, Consuela mergulha na experiência amorosa: onde o tempo se dilui, os espaços diminuem e as barreiras perdem os seus contornos. O amor só quer amar.

Imersa na sua fé por Eros, mesmo quando a triste sombra de Thanatos vem marcar seu corpo, a jovem aluna apaixonada, ainda assim, aposta no amor como causa e motor da vida.


Contrapondo-se as forças de Eros, a angustiante divisão do velho professor Kepesh indica o domínio de Thanatos. Embora apaixonado e encantado pela beleza da jovem aluna, ele não consegue crer no  amor. Thanatos potencializa a sua posição cética. E o ceticismo assume a frieza do branco: da neutralidade de uma vida sem paixão.

Para defender-se da entrega, do mergulho na experiência amorosa, usa o seu afiado discurso intelectual como escudo protetor. E aí, protegido dentro da curva do tempo, sua vida é sufocada pela falta da beleza sensível do seu grande amor que só sobre a sombra de Thanatos poderá ser recuperado. 





segunda-feira, 17 de maio de 2010




AGENDA

Semana das Ciências da Saúde



FACVEST – Lages-SC



Palestras:


  • Psicanálise: Teoria e Técnica



Maria Holthausen



Dia 18 de maio de 2010



Sala 06




  • A Contemporaneidade,
A Psicanálise e o Tratamento das Depressões



Maria Holthausen



Dia 19 de Maio de 2010



Sala 07




segunda-feira, 3 de maio de 2010

Quando a perda vira ressentimento.



Uma pessoa ressentida sofre porque se dá conta de que deixou de viver o momento que a vida lhe oferecia, e acusar o outro, que sabe dizer sim à vida, do prejuízo pelo qual ela é a única responsável.

É o momento em que o perdedor não se vê como perdedor, mas como prejudicado. Um perdedor se torna um ressentido quando ele deixa de se identificar com este lugar e passa a se identificar como vítima, sobretudo de vítima inocente de um vencedor que, nestes termos, passa a ocupar o lugar de culpado.

É no lugar da vítima que se instala o ressentido, cujas queixas e acusações dirigidas ao outro funcionam para reassegurar sua inocência e para manter a sua passividade perante a vida.

Abrigado no lugar de queixoso, o ressentido não se arrepende nem reconhece seus erros: acusa. Ele não luta para recuperar aquilo que perdeu e sim para que o outro reconheça o mal que lhe fez. Ele não busca reparação, ele quer vingança.