domingo, 11 de dezembro de 2011

O Difícil Gesto de Terminar



Se lembra quando a gente
Chegou um dia a acreditar
Que tudo era prá sempre
Sem saber
Que o pra sempre
Sempre acaba...

Nesses versos, o poeta nos ensina que as paixões não são eternas. Na maioria das vezes, o destino das paixões, quando a relação persiste no tempo, é transformar-se em amor, e isso é bastante diferente. Mas, algumas vezes, o fogo da paixão se apaga completamente. O olhar do amante perde todo o brilho, o amado parece ficar invisível.

Nesses momentos, só resta ter forças para iniciar o processo de separação. Saída digna, para o final de uma paixão verdadeira. Mas, não é fácil se separar. Mesmo quando se tem certeza que esta seria a atitude mais coerente para o enredo. Mesmo quando a convivência foi lavada pelas cores desbotadas da apatia, ou as cores frias da indiferença ou, quem sabe, das cores negras do rancor.

Separação dói. Não importa o quanto estamos certos dessa escolha. A perspectiva de ficar sozinho, depois de um longo tempo dividindo nossa intimidade com outra pessoa, gera medo, ansiedade e raiva. Três sentimentos difíceis de admitir, porque nunca aprendemos muito bem a lidar com eles.

A raiva que sentimos e que dificilmente admitimos projetamos sobre o parceiro, culpando-o pelo fracasso da relação. Nesse movimento, ficamos no lugar de vítima. Por lado, a ansiedade costuma produzir indecisão. Se persistirmos na relação, sentimo-nos débeis e frustrados; mas se sairmos, podemos nos arrepender. E, por fim, o medo. Medo de recomeçar. Medo de aceitar que poderemos ficar por um longo tempo tendo só a nós mesmos por companhia. Medo de admitir o desejo por outro modo de vida.

Por não ter coragem para enfrentar essa verdadeira batalha de afetos, muitas pessoas preferem manter-se em relações que já não produzem nenhum prazer. Relações Ocas – segundo um outro poeta - onde tudo tem um preço, mais nada tem valor.

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