Se lembra quando a gente
Chegou um dia a acreditar
Que tudo era prá sempre
Sem saber
Que o pra sempre
Sempre acaba...
Nesses versos, o poeta nos
ensina que as paixões não são eternas. Na maioria das vezes, o destino das
paixões, quando a relação persiste no tempo, é transformar-se em amor, e isso é
bastante diferente. Mas, algumas vezes, o fogo da paixão se apaga
completamente. O olhar do amante perde todo o brilho, o amado parece ficar
invisível.
Nesses momentos, só resta
ter forças para iniciar o processo de separação. Saída digna, para o final de
uma paixão verdadeira. Mas, não é fácil se separar. Mesmo quando se tem certeza
que esta seria a atitude mais coerente para o enredo. Mesmo quando a
convivência foi lavada pelas cores desbotadas da apatia, ou as cores frias da
indiferença ou, quem sabe, das cores negras do rancor.
Separação dói. Não importa
o quanto estamos certos dessa escolha. A perspectiva de ficar sozinho, depois
de um longo tempo dividindo nossa intimidade com outra pessoa, gera medo,
ansiedade e raiva. Três sentimentos difíceis de admitir, porque nunca
aprendemos muito bem a lidar com eles.
A raiva que sentimos e que
dificilmente admitimos projetamos sobre o parceiro, culpando-o pelo fracasso da
relação. Nesse movimento, ficamos no lugar de vítima. Por lado, a ansiedade
costuma produzir indecisão. Se persistirmos na relação, sentimo-nos débeis e
frustrados; mas se sairmos, podemos nos arrepender. E, por fim, o medo. Medo de
recomeçar. Medo de aceitar que poderemos ficar por um longo tempo tendo só a
nós mesmos por companhia. Medo de admitir o desejo por outro modo de vida.
Por não ter coragem para
enfrentar essa verdadeira batalha de afetos, muitas pessoas preferem manter-se
em relações que já não produzem nenhum prazer. Relações Ocas – segundo um outro
poeta - onde tudo tem um preço, mais nada tem valor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário