O desenvolvimento tecnológico mudou nossa forma de estar no mundo e o nosso modo de relação com o outro. Para nos relacionarmos com pessoas de lugares e culturas diferentes, ter dinheiro e vontade de viajar não é determinante. A internet nos permite o contato com pessoas que, até uns 10 anos atrás, dificilmente teríamos condições de nos relacionar.
Essa abertura para mundo, a partir da telinha do computador, mudou, também, a perspectiva das relações amorosas. Na sala de espera de qualquer aeroporto internacional, conversamos com jovens que transitam pelo mundo para encontrar os parceiros cujo namoro começou pela internet.
Muitas dessas relações fracassam logo após o primeiro encontro. Outras se transformam em casamentos, depois de meia dúzia de viagens de cada um dos parceiros. Parece-me, pelas histórias que pude acompanhar até agora, que os namoros virtuais têm acertos e erros iguais aos dos namoros com o colega de sala de aula, ou com o vizinho do prédio.
É claro que a geração que nasceu com a internet tem mais confiança nesse modo de relacionamento do que os seus pais. A maioria dos pais ainda não acredita nesse tipo de namoro, e não bota muita fé nessas relações. Temem as diferenças culturais, algumas vezes por preconceito, outras por puro desconhecimento de causa.
Minha conclusão, depois de ouvir e acompanhar várias dessas histórias, é que o amor é sempre um risco. Não importa se namoramos um inglês que está trabalhando na Nova Zelândia, uma francesa que faz mestrado no Canadá, ou se namoramos o vizinho do nosso bairro. As chances de dar certo, ou não, são exatamente as mesmas, desde que acreditemos nesse novo modo de relacionamento e sejamos capazes de nos desvencilharmos de antigos valores.
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