Aprendemos com Freud que a felicidade causa medo. E o medo nos leva a ser mais destrutivos justamente quando estamos muito próximos da felicidade. Quando nos aproximamos de um estado de plenitude, um estado em que parece não nos faltar nada (o amor corresponde a uma das situações nas quais sentimos isso), passamos a experimentar um medo difuso, a viver uma sensação de ameaça e de risco iminente.
Sempre que um sonho está próximo de se realizar – seja ele afetivo ou profissional -, sentimos que uma grande tragédia passa a nos rondar e, a qualquer momento, pode nos alcançar. A angústia e o pavor pode ser tal que não consigamos vislumbrar outra saída a não ser destruir aquilo que está provocando a felicidade e também o medo.
Se a causa da felicidade é um encontro amoroso de grande intensidade, o que costuma ocorrer é que encontramos motivos externos, de valor relativo, para justificar a decisão de nos livrarmos daquele relacionamento.
Ao nos aproximarmos de uma condição de vida que imaginamos ideal - o que acontece de forma marcante quando nos sentimos protegidos por uma pessoa que é objeto do nosso amor - experimentamos primeiramente a plenitude para, logo em seguida, sentirmos medo de que esse estado de felicidade possa ser rompido por uma experiência dramática. Diante do pavor de tal possibilidade, é claro que tendemos a evitar ou mesmo destruir a tão sonhada condição ideal.
Por outro lado, se o relacionamento está ruim, o emprego está chato, e a carreira não consegue alcançar sucesso, não temos esse problema. Não temos medo da felicidade porque não estamos próximo delas. Ficamos mais serenos entre as sombras da insatisfação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário