Sempre que uma mulher muito sedutora se aproxima de nossa “cara metade”, sentimos ciúme. E não é para menos. As sedutoras estabelecem rapidamente, com a pessoa do seu interesse, um jogo sensual tão arrebatador, que a “vítima” perde toda a noção de realidade.
A sedução faz parte do mundo dos simulacros, como ensina Baudrillard. Simular implica jogo, encenação. Por isso mesmo, é tão fácil reconhecer a abordagem sedutora. São gestos e palavras performáticos que tem o poder de surpreender e fascinar. Não importa se você é um homem ou uma mulher. Se é heterossexual ou homossexual. Você, como eu, reconhece com facilidade os artifícios de uma pessoa sedutora.
Quando uma sedutora investe sobre nosso parceiro, sentimo-nos impotente frente à carga de atração da sua performance. Na maioria das vezes, começamos mostrando nossa irritação pela cena, logo depois, a irritação vira fúria. E como toda sedutora é uma pessoa bastante narcísica, ela não vai deixar de demonstrar através de pequenos detalhes, o prazer que sente quando revelamos nossa frustração. Atitude, é claro, que vai nos deixar mais iradas ainda.
A cena armada por uma sedutora é sempre ambígua. Ela não usa as técnicas de um conquistador, por exemplo. Este último, é sempre muito direto, visa um objetivo muito claro. Por isso, a sedução é considerada um elemento da feminilidade. As mulheres fazem melhor esse jogo. Elas sustentam por mais tempo o erotismo provocado pela fantasia.
Então, se na maioria das vezes são as mulheres que seduzem. É justo afirmar que são elas, também, que mais sofrem com as cenas de sedução criadas por outras. No momento em que nosso parceiro entra nesse jogo, nem sempre muito consciente do que está acontecendo, mas sempre hipnotizado e infantilizado, somos arrebatadas da cena. Perdemos o controle. O ciúme se instala e tudo que queremos é ver a outra desaparecer como num passe de mágica.
Nenhum comentário:
Postar um comentário