Os
fios com os quais a experiência amorosa é tecida têm diferentes densidades e
comprimentos múltiplos. Algumas vezes, eles nem são tão densos, mas tecem
longas histórias de amor. Outras vezes, a densidade é muita alta, mas as
pequenas dimensões constroem histórias de curta duração.
Para
alguns a densidade da trama amorosa é fundamental. Não importa se a trama seja
curta, que dure pouco tempo. O que realmente importa é a intensidade da experiência
afetiva compartilhada com o outro. A sublime experiência de união hipostática,
com alguém que até um pouco de tempo antes era um ilustre desconhecido, supera
o desejo de longevidade.
Para
outros, só as longas relações amorosas são sinônimos de verdadeiro amor. É
necessário que os fios que constroem a relação sejam longos o bastante para que
ela possa ser tecida por muito e muitos anos. Para esses pacientes tecelões do
amor, não importa que os fios tenham pouca densidade. Eles sabem que alguns dos
mais belos trabalhos manuais são tramados com fios muito finos. E que, nesses
casos, o fundamental é a habilidade do tecelão.
Nenhuma
dessas duas experiências pode ser considerada melhor que a outra. Afinal, o
amor não é lei, é experiência afetiva. Contra todo o senso comum, o verdadeiro
valor dessa experiência é sempre singular. Cada um tem que descobrir o seu modo
de ser feliz.
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