sábado, 5 de novembro de 2011

Família: uma espécie em mutação



A família tradicional não existe mais. Não podemos dizer que foi eliminada totalmente, mas, com certeza, é uma espécie em extinção. Desde os anos 50 do século passado, com o advento da pílula anticoncepcional e o movimento feminista, a família tradicional vem passando por freqüentes mutações. No final do século XX, os avanços da ciência e dos costumes tornaram possíveis mudanças antes impensáveis no processo de reprodução humana: A inseminação artificial, a inseminação in vitro com subseqüente implantação intra-uterina, a doação de esperma ou de óvulos, as barrigas de aluguel até, por fim, a clonagem.

Todas essas inovações tecno-científicas associadas às transformações dos costumes operaram uma alteração molecular na estrutura dessa instituição chamada família. Desde a época em que uma filha solteira e grávida era considerada uma transgressão ética, uma perda da honra familiar. - Os pais tinham que esconder a filha porque seu estado acabaria contaminando a honra das irmãs. Algumas dessas jovens foram colocadas em Manicômios com diagnóstico de perversão, e seus filhos foram dados para adoção -. Até os nossos dias, a foto “da” família já não é mais a mesma.

Pouco resta da antiga família patriarcal, regida por um pai autoritário e senhor todo poderoso do seu domínio. A foto “da” família contemporânea tem aparência de colagem: Famílias rompidas e recompostas muitas vezes. Família de casais homossexuais que passaram a pleitear a adoção ou mesmo a paternidade ou maternidade, usando os novos recursos que prescindem da prática do coito. E tantas outras formas criadas pela necessidade de se adaptar a esse borramento de fronteiras tão característico da sociedade contemporânea.

Para sempre perdida, a ideia “da” família como união reconhecida entre um homem e uma mulher com fins de criar e manter os filhos precisa urgentemente ser repensada pelas novas gerações. Pois, embora muito diferente, a família continua sendo um lugar fundamental para o exercício das vivencias afetivas mais intensas de todo ser humano.

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