Ainda
pouco reconhecida além das fronteiras da arte, a cultura Genderless aparece no cenário contemporâneo como forte
tendência de comportamento. Nela “as diferenças sociais, visuais e atitudinais
se fundem na medida em que ambos os sexos ocupam papéis igualmente relevantes
no mercado de trabalho e na sociedade. As mulheres assumem características mais
viris e agressivas, os homens se tornam mais afetivos e menos preocupados com o
escudo do macho alfa. Na busca natural por igualdade, os dois gêneros aparecem
como protagonistas na gestão da casa e também assumem a mesma postura no
trabalho e no dia a dia. É natural que se tornem física e atitudinalmente mais
semelhantes”.
Na
trilha dos movimentos que deram inicio a desconstrução de papéis sociais e
gênero sexual no século passado, a cultura genderless apresenta-se à sociedade
dentro de um novo formato. Ela não chega armada dos discursos populistas dos
antigos movimentos políticos, nem das fortes bases conceituais dos movimentos ideológicos.
Seu espaço de atuação vem sendo sustentado pelos movimentos estéticos.
Cinema,
teatro, artes plásticas, dança, literatura, moda e design são espaços construídos
por discursos que, num movimento constante, interrogam e recriam os saberes
estabelecidos. Quem não se lembra da
desconstrução de gênero sexual provocada pelos filmes de Almodovar? Dentro de
uma nova perspectiva, mais ainda sobre a mesma questão, o filme Tomboy, continua a nos fazer pensar
sobre essas tramas simbólicas que transformamos em carne.
A
expectativa de que nos comportemos de certa maneira: como homem ou como mulher.
Que nos vestimos de um jeito específico. Que se construa uma família segundo ao
modelo estabelecido. Que sejamos mais agressivo ou mais sensível, em função do
sexo. Vem perdendo espaço para um novo modo de vida. Nele, cada pessoa,
independente do sexo, vai ter que aprender a lidar com todas as suas
características humanas, sem negar ou excluir nenhuma parte de si.
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