Até bem pouco tempo atrás o diálogo entre gerações era muito difícil. Educação significava rigidez. Assuntos como a sexualidade passavam longe da mesa de jantar. Pais e filhos viviam em “mundos” diferentes. Sem diálogo e incompreendidos, tudo o que os filhos queriam era sair de casa para buscar sua liberdade e independência, o mais cedo possível.
Hoje a realidade é outra. Pesquisas recentes têm demonstrado que as relações entre pais e filhos mudaram para melhor. A maioria dos jovens gosta da vida familiar, convive bem com o pai e a mãe e não pretende sair de casa tão cedo. Autonomia e liberdade são projetos para um futuro distante. Os jovens pensam até em morar sozinhos um dia, mas só quando estiverem seguros da decisão. Para a maior parte, não vale a pena sacrificar o conforto pela independência.
A principal razão, que mantém os jovens em casa hoje, é o bom relacionamento dentro de casa. A proximidade do dialogo entre pais e filhos têm facilitado até a vida afetiva e sexual da garotada. Uma pesquisa, feita por uma faculdade de São Paulo, mostra que 15% dos pais permitem que as filhas durmam acompanhadas em casa. Entre os rapazes, esse número dobra.
Uma das preocupações que se levanta, nessa nova relação entre pais e filhos, é que ao se tornarem amigos, os pais correm o risco de não mais exercer seu papel, que é orientar.
Na relação pais e filhos é importante para os pais estabelecer limites aos jovens, mesmo que esses limites gerem conflitos. O conflito é importante para o amadurecimento do adolescente. Diante do limite dos pais, ele se sente obrigado a tomar uma decisão. Ou vai contra os pais e segue por sua conta e risco, arcando com as conseqüências, ou acata a determinação. Esse tipo de ponderação é o que leva à maturidade. Para estabelecer seu próprio jeito de viver no mundo, os jovens precisam de alguns princípios básicos, que são adquiridos muitas vezes na base da divergência. Pais de verdade são aqueles que exercem o papel que lhes cabe.
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