domingo, 29 de abril de 2012

The end.....




Aprendemos com os contos de fadas que pessoas apaixonadas se casam e vivem felizes para sempre. O enredo desses contos nos leva a pensar que, o fim da história, é o começo da felicidade. Os obstáculos da vida em comum de um casal não interessam ao ideal romântico sustentado pelo enredo. Se interessasse não seriam contos de fadas, não é mesmo? Mas a vida não é um conto de fada. O sucesso de um casamento, na vida real, depende do nosso empenho e da nossa disposição psíquica de ser feliz.

A realidade conspira contra esse ideal romântico, e quem não estiver preparado para enfrentá-la pode se decepcionar muito. No dia a dia, as dificuldades interferem negativamente em nosso sentimento amoroso e em nosso desejo sexual. Os conflitos de relacionamento dos tempos de namoro tendem a se intensificar. Se não tomarmos cuidado, passaremos grande parte do nosso tempo discutindo as questões familiares e financeiras, e reclamando que não estamos tendo o retorno que esperávamos do casamento. A troca de gestos carinhosos e o sexo vão ficando, com o passar dos anos, cada vez mais escassos.

No período de namoro, separávamos melhor as coisas. Compartilhávamos os nossos problemas com os parentes e amigos, só recorríamos ao namorado para pedir conselhos ou uma ajuda eventual. Depois do casamento, marido e mulher contam apenas um com o outro para resolver as questões práticas. E a situação se complica ainda mais com o nascimento dos filhos.

As mães dão toda a atenção ao recém-nascido. As inseguranças da maternidade, que as impulsionam a se ocupar do filho, se sobrepõe ao desejo pelo marido. Ainda que o marido compreenda essa fase como natural, a diminuição do interesse sexual, pouco antes e logo depois do parto, costuma frustrar os homens. Eles até podem compreender, mas não deixam de se sentir rejeitados. Muitos homens reagem negativamente, demonstrando menos interesse por elas. Sentindo-se menos desejadas e, por isso, menos amadas, elas se apegam ainda mais aos filhos, alimentando um círculo vicioso perigoso que pode ser fatal.

Exigentes, carentes de atenção e de carinho, os filhos pequenos atropelam a vida íntima do casal, a menos que os pais imponham limites. Posturas rigorosas em defesa do relacionamento amoroso do casal e disposição permanente de recriar e manter condições propícias para o romance e o erotismo são indispensáveis, para que os jovens pais não caiam na monotonia do sexo rápido, pobre e reduzido às tardes de sábado ou domingo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário