segunda-feira, 14 de março de 2011

Poeta(ndo)




A maior riqueza do homem
é a sua incompletude.

Nesse ponto sou abastado.

Palavras que me aceitam como

sou - eu não aceito.

Não agüento ser apenas um

sujeito que abre

portas, que puxa válvulas,

que olha o relógio, que

compra pão às 6 horas da tarde,
que vai lá fora,

que aponta lápis,

que vê a uva etc. etc.

Perdoai

Mas eu preciso ser Outros.

Eu penso renovar o homem

usando borboletas.


Manoel de Barros

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